Operação Mata Atlântica em Pé aplica mais de R$ 254 mil em multas por infrações ambientais no Estado

Foram fiscalizados 27 locais em 17 municípios.

 

A Operação Mata Atlântica em Pé 2020 aplicou R$ 254.565,00 em multas por 38 infrações ambientais constatadas em municípios do Espírito Santo. As infrações ambientais incluem desmatamentos, queimas, cortes seletivos de árvores e descumprimento a termos de embargo. Foram lavrados 17 autos de infração por irregularidades verificadas em 95,4 hectares de áreas embargadas, que deverão ser recuperadas. Realizada entre os dias 21 e 25 de setembro, a operação teve o objetivo de coibir o desmatamento e proteger as regiões de floresta que integram o bioma da Mata Atlântica.

Durante a operação, a Polícia Militar Ambiental lavrou 28 boletins de ocorrência, um termo circunstanciado e conduziu duas pessoas detidas. Outras seis pessoas suspeitas de cometerem infrações ambientais não foram localizadas nos locais verificados e estão sob investigação. Foram fiscalizados 27 locais nos municípios de São Mateus, Nova Venécia, Pancas, Itaguaçu, Colatina, Anchieta, Afonso Cláudio, São Roque do Canaã, São Domingos do Norte, Guarapari, Domingos Martins, Alfredo Chaves, Guaçuí, Dores do Rio Preto, Conceição da Barra, Ecoporanga e Barra de São Francisco.

O balanço da Operação Mata Atlântica em Pé no Espírito Santo foi apresentado entrevista coletiva realizada nesta quinta-feira (1º). A ação foi coordenada pelo Ministério Público do Estado do Espírito Santo (MPES), por meio do Centro de Apoio Operacional do Meio Ambiente (Caoa) e dos promotores de Justiça nos municípios, e contou com o apoio do Batalhão de Polícia Militar Ambiental (BPMA), do Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema), do Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do Espírito Santo (Idaf) e do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama).

Participaram da coletiva o dirigente do Caoa, promotor de Justiça Marcelo Lemos Vieira; o tenente-coronel Cosme Carlo da Silva, comandante do BPMA; o diretor-presidente do Iema, Alaimar Fiuza; o subgerente de controle Florestal do Idaf, Pedro Heyerdahl, e a chefe da fiscalização do Ibama-ES, Letícia Meneghel. A operação foi realizada pelo Ministério Público brasileiro em 17 Estados e teve coordenação, em âmbito nacional, do Ministério Público do Paraná (MPPR).

Importância

“A operação Mata Atlântica em Pé tem um caráter pedagógico e emblemático, para demonstrar a importância desse bioma para o Estado e para o País, porque ela é realizada em 17 Estados ao mesmo tempo. O MP brasileiro, por meio da Associação Brasileira dos Membros do Ministério Público de Meio Ambiente (Abrampa), se organiza para realizar essas operações, contando com os órgãos parceiros. Esses órgãos que contribuem para que tenhamos uma situação muito boa na proteção da Mata Atlântica. Não é o ideal, mas estamos conseguindo preservar o que ainda restou do bioma no Estado e, melhor, reflorestar”, disse o promotor de Justiça Marcelo Lemos Vieira.

O comandante do BPMA destacou que o trabalho permite mais resultados para a sociedade. “A operação foi muito exitosa e pudemos mais educar e orientar do que punir, porque sabemos que a educação é primordial para que as pessoas identifiquem a real importância da Mata Atlântica”, avaliou.

Um dos pontos que fez do Espírito Santo um exemplo para o País é o fato de trabalhar com o reflorestamento da Mata Atlântica, com projetos como o Reflorestar, conforme destacou o diretor-presidente do Iema, Alaimar Fiuza, ao abordar a importância do bioma Mata Atlântica para o Espírito Santo e para o Brasil. “Nós temos no Estado 22% do território coberto por Mata Atlântica. Temos desde 2013 o Projeto Reflorestar e, por conta desse e de outros programas, temos uma situação de estabilidade e de recuperação da mata, diferentemente de outros Estados. Nos últimos anos, recuperamos 1.700 hectares”, salientou.

Preservação

A participação do Ibama-ES também reforçou a ação conjunta refletindo a preocupação do poder público de preservar a Mata Atlântica, um dos biomas mais afetados no País. “As questões hídrica, climática e da biodiversidade, que estão ligadas à preservação, são de suma importância. A nossa ação desse ano foi muito exitosa, nos municípios com maior cobertura florestal no Estado. Foi importante identificar os locais de desmatamento e conversar com os proprietários, principalmente para orientá-los”, explicou Letícia Meneghel.

O subgerente de controle Florestal do Idaf, Pedro Heyerdahl, esclareceu que, de modo geral, o Espírito Santo continua com o desmatamento total virtualmente em zero. Ou seja, a quantidade de desmatamento frente a área preservada é muito pequena. “A operação este ano foi mais exitosa, justamente porque tivemos um trabalho de inteligência mais apurado. Fizemos todo um levantamento antes e, com esse diagnóstico, fomos a campo e conseguimos fazer mais que no ano passado. Mas, não significa dizer que houve um aumento no desmatamento. Ao contrário. Esse ano foi de redução no desmatamento”, observou.

Veja o relatório