Foco de Freitas será redução de desigualdades

 

Por Gabriela Zorzal

Com foco na redução de desigualdades regionais, o produtor rural Freitas (PSB) retorna à Assembleia Legislativa, assumindo a vaga de Euclério Sampaio (DEM), novo prefeito de Cariacica. Em entrevista ao Portal Web Ales, Freitas apresenta suas agendas prioritárias e fala sobre o cenário político local e nacional.

A respeito da redução de desigualdades regionais, Freitas defende a necessidade de corrigir diferenças no Espírito Santo, trabalhando melhor a distribuição de investimentos e interiorizando políticas públicas. Ele cita a mobilização no mandato no sentido de serem viabilizadas obras importantes como a construção do novo Hospital Roberto Silvares (São Mateus), a macrodrenagem de Guriri e o contorno de São Mateus/Guriri.

Na Assembleia Legislativa, Freitas foi deputado estadual nos mandatos de 2006, 2010 e 2014 e chegou a assumir vaga na Ales durante a atual legislatura, com a saída temporária do deputado Bruno Lamas (PSB) para chefiar a Secretaria de Estado de Trabalho, Assistência e Desenvolvimento Social (Setades). Nesse período exerceu também a liderança do governo. No último pleito, em 2018, recebeu 15.320 votos, ficando como primeiro suplente da coligação PSB-DC.

Sobre a relação com Executivo estadual, Freitas pontua o trabalho conjunto para garantir governabilidade. “No âmbito político, vejo uma atitude equilibrada e responsável em todos os Poderes constituídos, apesar de pontuais divergências que fazem parte do próprio modelo democrático”.

Já em relação ao plano nacional, o deputado do PSB entende a polarização política como um obstáculo para o debate  de ideias e a tomada de decisão. O empresário também destaca o papel da política em um cenário de grandes divergências: “A política precisa ser potencializada para a mudança social, diminuindo desigualdades, promovendo mudanças positivas e fazendo com que o Estado, através de suas ações, alcance principalmente quem mais precisa”, finaliza.

Confira a entrevista na íntegra

O senhor já tem experiência no Legislativo como deputado estadual. O que traz dessa experiência para o futuro mandato? 

Acredito que nos mais de 13 anos exercendo mandato eletivo na Assembleia Legislativa alcançamos a consolidação do modelo proativo de mandato ao qual nos propomos, dedicando, permanentemente, nosso tempo em defesa da população capixaba e dos municípios. Acredito que essa experiência nos mostrou como podemos contribuir de forma mais efetiva para uma agenda propositiva, visando especialmente à construção do desenvolvimento integrado do nosso estado. Essa experiência me credencia a contribuir de forma ativa com o bem comum principalmente no momento de crise que a crise sanitária nos coloca.

Quais são as principais agendas de trabalho e que devem ser mantidas neste ano?

Minha atuação será pautada especialmente no propósito de corrigir as diferenças regionais. Pretendo continuar a busca igualitária da distribuição de investimentos entre as regiões, fazendo com que as políticas públicas alcancem também o interior, principalmente a região que represento, que ainda carece de investimentos especialmente em infraestrutura. Pretendo também continuar contribuindo com o governo do estado nesse momento difícil e desafiador, cooperando para a governabilidade e propondo alternativas para a plena retomada do desenvolvimento do estado. Para este novo mandato, pretendemos viabilizar a construção do novo Hospital Roberto Silvares (São Mateus), a macrodrenagem de Guriri, o contorno de São Mateus/Guriri, a contratação do asfaltamento que liga Vila Valério a Jaguaré (Fátima), a conclusão da pavimentação de Nova Venécia a Santo Antônio do XV, Pinheiros a São João do Sobrado, além da conclusão das obras já em andamento.

Como avalia o atual cenário econômico e político do estado e como esse interfere no mandato parlamentar?

Estamos no estado mais organizado deste país, com “nota A” em gestão fiscal e um governo absolutamente estruturado e de excelência. Entretanto, a crise sanitária também produziu profundos impactos na nossa economia, nos obrigando a implantarmos ajustes severos para que não houvesse comprometimento das contas, como vemos em outros entes da federação. Apesar disso, o Espírito Santo ainda é o 2º estado da federação que mais consegue poupar, tendo reconhecido controle nos gastos e até o Fundo Soberano, que visa garantir o futuro dos capixabas. Voltaremos em breve a ter nossa economia pujante como nos últimos anos. No âmbito político, vejo uma atitude equilibrada e responsável em todos os Poderes constituídos, apesar de pontuais divergências que fazem parte do próprio modelo democrático. A Assembleia Legislativa, em especial, tem concentrado esforços em atuar em conjunto com o governo, mirando sempre o interesse da coletividade e a garantia da governabilidade.

Quais são as perspectivas futuras para o estado e de que forma seu mandato parlamentar pode contribuir para alcançá-las? 

Acredito que a organização da gestão pública, o equilíbrio fiscal e a responsabilidade social criam um ambiente favorável de atração dos investimentos privados. Exemplo disso é a Oxford em São Mateus, que vai investir mais R$ 60 milhões em sua unidade, dobrando sua capacidade de produção e gerando aproximadamente mais de 500 empregos. Acredito que essa ambiência fará com que o Espírito Santo seja o primeiro estado a retomar plenamente suas atividades econômicas, restabelecendo os benefícios sociais e econômico-financeiros para os setores público e privado. Meu mandato será instrumento de contribuição para essa mudança social, para diminuição de desigualdades, seja por intermédio de proposições, seja dialogando com todos os setores, visando fomentar o desenvolvimento do interior, agilizando a resposta do estado aos anseios da população.

Como o senhor vê a grande polarização política que vivemos atualmente no Brasil e de que forma o representante político deve lidar com ela? 

A polarização política nos moldes que temos hoje no nosso país é extremamente maléfica para a democracia, pois o que temos visto é a existência de dois grupos que não dialogam entre si, se fechando em suas convicções. Políticos, partidos e grupos mais extremistas se alimentam do descontentamento e da intolerância para ganhar mais apoio a suas ideias, impedindo análises profundas e cheias de nuances que o nosso país exige. E isso se reflete na sociedade. Até as famílias estão divididas. Acredito que é, por meio da democracia, que devemos intensificar as discussões de ideias e apresentação de propostas para melhorar a vida das pessoas. A polarização política não tem permitido isso. Em uma sociedade concentrada em dois lados radicalizados, adversários são vistos como inimigos e o diálogo nunca é incentivado. Não acredito que seja esse o caminho do crescimento e da construção coletiva. Um ambiente polarizado, sem tolerância e respeito a opiniões discordantes, reforça somente o contrário.  Exemplo disso foram as tratativas visando ao enfrentamento da pandemia. As reiteradas questões políticas e radicais que permearam as ações desde o início nos fizeram desperdiçar oportunidades de escolher as melhores práticas de enfrentamento desse adversário invisível.

A política, de forma geral, está passando por um processo de ressignificação. Como fazer dela um caminho para uma sociedade mais justa?

Sempre disse que ingressei na vida pública porque acredito na política como instrumento de transformação. Absolutamente tudo passa pela política e nós, enquanto representantes da sociedade, temos essa responsabilidade de melhorar a qualidade de vida das pessoas. O passado recente permitiu que as pessoas associassem a política como algo negativo. Até certo ponto, esse pensamento é compreensível, porque tivemos muitas experiências ruins nesse tempo. Mas precisamos dar espaço às pessoas que de fato são engajadas com a mudança social, pois elas serão os instrumentos dessa transformação. A política, portanto, precisa ser potencializada para a mudança social, diminuindo desigualdades, promovendo mudanças positivas e fazendo com que o estado, através de suas ações, alcance principalmente quem mais precisa.