Cai número de novos casos de HIV no Espírito Santo

Nos dias de festa, quando muitos pensam só em diversão, também é preciso ficar atento aos cuidados com a saúde e se prevenir contra doenças sexualmente transmissíveis

 

O Espírito Santo inicia o ano de 2020 com uma boa notícia: o número de notificações de novos casos de HIV/Aids caiu em relação aos anos anteriores. A preocupação da Secretaria da Saúde (Sesa) agora é conscientizar a população sobre a importância do uso de preservativos nas relações sexuais, e manter esse índice de queda evitando a transmissão das chamadas Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs), principalmente no período de Carnaval.

Em 2018, foram notificados 1.068 casos novos de HIV. Já em 2017, foram registrados 1.255 novos casos da doença, e em 2016 houve o registro de 1.190 novos casos, de acordo com os dados do Boletim 34/2019 da Análise Epidemiológica do HIV/Aids no Espírito Santo, referente aos números registrados até dezembro de 2018.

Para manter essa redução, nas últimas semanas a Coordenação do Programa Estadual de Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST) e Aids fez a distribuição de 3 milhões de preservativos adquiridos com recursos próprios da Sesa. Outros 980 mil preservativos, enviados pelo Ministério da Saúde na última semana para o Carnaval, serão entregues em todos os municípios do Estado até sexta-feira (14).

Dados do Boletim 34/2019 também mostram que o Espírito Santo possui um total de 12.210 pessoas que vivem com HIV/Aids sendo tratadas com antirretrovirais nos 26 Serviços de Atendimento Especializado em AIDS (SAE), com uma média de 1.200 novos casos por ano.

Segundo a coordenadora do Programa Estadual de Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST) e Aids, Sandra Fagundes Moreira da Silva, o uso de preservativos em todas as relações sexuais, torna-se um método mais eficaz para a redução do risco de transmissão das DSTs, principalmente da sífilis, e em especial do vírus da Aids. “Infelizmente muitas pessoas acabam se infectando, pois ficam no risco sexual sempre”, lamentou a coordenadora.

 

Ações no Carnaval capixaba

Nos dias de festa, quando muitos pensam só em diversão, também é preciso ficar atento aos cuidados com a saúde e se prevenir contra doenças sexualmente transmissíveis.

Durante o Carnaval de Vitória, que acontece sexta-feira (14) e sábado (15), a Sesa irá trabalhar em parceria com a Prefeitura de Vitória na distribuição de preservativos e folders informativos no Sambão do Povo, na Capital. E contará também com a parceria de ONG na campanha da prevenção, com distribuição de preservativos durante o carnaval. Além da distribuição no local, os preservativos masculino e feminino são distribuídos gratuitamente em todas as unidades de saúde do Estado.

 

Ministério da Saúde lança campanha de prevenção às ISTs

Diferente das campanhas veiculadas em anos anteriores, em que o foco era a prevenção do HIV/Aids, neste ano, a campanha lançada no último sábado (08) pelo Ministério da Saúde, apresenta um conceito voltado para a prevenção de todas as Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs). Segundo o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, o objetivo da campanha deste ano é propor uma mudança de comportamento entre os jovens quanto ao uso do preservativo para evitar doenças como sífilis, herpes genital, hepatites virais, gonorreia e HPV.

De acordo com o ministro, o cenário brasileiro mostra que o comportamento de risco vem impedindo o país de avançar no combate às ISTs.

As infecções transmitidas por relação sexual são causadas por dezenas de vírus e bactérias durante o contato sexual, sem o uso de camisinha, com uma pessoa que esteja infectada. Por isso, a importância de reforçar constantemente a necessidade de proteção, incentivando o uso de camisinha, principalmente durante o Carnaval.

As ISTs aumentam em até 18 vezes a chance de infecção pelo HIV/Aids. Isso porque as infecções sexualmente transmissíveis geralmente causam lesões nos órgãos genitais, o que aumenta a vulnerabilidade para a pessoa adquirir o HIV, por meio do contato com secreções e sangue. Sem contar que as ISTs, como sífilis, gonorreia e clamídia, por exemplo, podem causar malformações de feto e, inclusive levar ao óbito, entre outras complicações.